O incêndio e a calmaria
- Walter Miez
- há 6 horas
- 2 min de leitura

Existem duas formas de se apaixonar e de viver o prazer: uma incendiária e intensa, que queima e consome, e outra mais branda, que traz apreciação e calmaria. Compreender essa dualidade é aceitar que a vida nos oferece tanto experiências avassaladoras quanto momentos pacatos. Não é necessário buscar extremos para sentir prazer—não precisamos segurar o xixi para lembrar o alívio de fazê-lo. Ainda assim, é comum que muitos testem os próprios limites, buscando intensificar a sensação de gozo, como se apenas no extremo a experiência fosse válida.
Mas como encontrar a brandura e a paz? Como construir um prazer que não seja só fogo, mas também brisa?
1. Amadurecimento e consciência de si – Com o tempo, ampliamos nosso repertório emocional e compreendemos melhor quais dilemas realmente valem a pena enfrentar. Não é sobre abrir mão da intensidade, mas sobre saber escolher quando vale se entregar e quando é melhor preservar-se.
2. Segurança e estabilidade – A ascensão socioeconômica, quando possível, também influencia esse processo. Quanto mais sentimos que temos controle sobre nossa própria vida e que podemos confiar no futuro, mais conseguimos estabelecer limites e escolher relações e experiências que nos fazem bem.
3. Aprender com a vulnerabilidade – Olhar para trás e reconhecer momentos de desequilíbrio e adoecimento psíquico nos fortalece. Essas lembranças nos ensinam a defender nossa paz e a priorizar situações que nos nutrem, em vez daquelas que nos destemperam.
Não há um único jeito certo de sentir prazer ou de viver o amor, mas encontrar um equilíbrio entre a paixão arrebatadora e o prazer da serenidade nos permite viver experiências mais sustentáveis, sem nos perder no fogo nem abrir mão da intensidade quando ela vale a pena.
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