Alegria revolucionária
- Walter Miez
- 11 de abr.
- 1 min de leitura

A alegria, em um mundo que nos exige resiliência constante, é um ato revolucionário. Vivemos em uma cultura que valoriza a produtividade acima do bem-estar, que nos mantém em alerta, endurecidos, preparados para enfrentar desafios sem descanso. O estresse, especialmente para aqueles que pertencem a grupos historicamente marginalizados, se torna um estado quase permanente, uma resposta à necessidade de sobrevivência em um ambiente que muitas vezes não acolhe, não protege e não oferece dignidade.
Nesse contexto, permitir-se sentir alegria é um gesto de resistência. É reivindicar a possibilidade de existir para além da luta, de ocupar espaços com leveza, de se conectar com o prazer e a beleza da vida sem culpa ou medo. A alegria fortalece, regenera, cria vínculos e nos lembra que nossa existência não deve ser reduzida à exaustão.
Cultivar momentos de felicidade é uma forma de desafiar um sistema que nos quer sobrecarregados e desgastados. A alegria é uma forma de recuperar nossa humanidade e afirmar que somos mais do que apenas corpos em estado de alerta.
Por isso, é essencial buscar a alegria intencionalmente. Não como uma fuga ingênua da realidade, mas como uma ferramenta de resistência e autocuidado. Alegrar-se é um direito e um ato político. É a prova de que, mesmo diante das dificuldades, seguimos vivos, inteiros e dispostos a criar um mundo onde a felicidade não seja privilégio, mas sim um espaço de pertencimento e renovação.
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