Amar não é o bastante
- Walter Miez
- há 56 minutos
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Uma das lições mais duras, e mais libertadoras, que a maturidade nos ensina é que o amor, por si só, não é suficiente para sustentar projetos. Amor impulsiona, inspira, dá energia inicial. Mas, para que um projeto, seja ele uma relação, um trabalho ou um sonho de vida, siga em frente, ele precisa funcionar. Precisa ter estrutura, viabilidade, espaço para crescer. Emoção é combustível, mas sem uma estrada segura e um veículo em boas condições, nenhum trajeto se completa.
Muitas vezes insistimos em manter projetos apenas porque os amamos. Pensamos que se houver sentimento suficiente, de alguma forma, tudo se ajustará. Mas a realidade exige mais. Um projeto precisa ser possível. Precisa ser sustentável, não pode ser absolutamente oneroso, nem consumir mais do que é capaz de oferecer em retorno, seja em alegria, realização ou estabilidade.
A emoção não substitui a funcionalidade. E reconhecer isso é um ato de maturidade. Não se trata de abandonar sonhos ou relacionamentos à primeira dificuldade, mas de entender que emoção sem estrutura afunda, e estrutura sem emoção estagna. Um projeto precisa dos dois: combustível e estrada, paixão e razão.
Assim como um carro não sai do lugar sem combustível, também não adianta ter tanque cheio se não há um caminho à frente. A paixão nos move, mas a razão nos orienta. Sem planejamento, sem adaptação, sem análise realista, até os sentimentos mais genuínos se desgastam.
Amar um projeto é importante. Mas é a combinação entre o amor e a funcionalidade que o faz durar. Amar é tão importante quanto construir, avaliar, adaptar e, quando necessário, redirecionar o caminho para onde seja possível seguir.
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