Apaixonamento
A paixão é um dos sentimentos mais complexos e fascinantes que podemos vivenciar. No entanto, quando sentimos pena de alguém, a relação se torna desigual, e essa dinâmica acaba por neutralizar a excitação que normalmente acompanharia uma atração genuína. A atração não se alimenta de compaixão; ao contrário, ela floresce em ambientes de paridade de poder.
Ser uma pessoa dotada de poder e autoconfiança são características que não apenas mobilizam a excitabilidade, mas também incitam a sedução. Há um magnetismo em pessoas que é sinalizam posicionamento e autoestima.
Numa relação com paridade de poder não necessariamente há igualdade. Isso porque ambos fantasiam que o outro possa alçar lugar de mais poder dentro da relação e que isso exerce efeitos na relação seja seduzindo e encantando o outro, seja gerando inseguranças e acionando fragilidades. Tem algo da paixão que se alimenta do incerto, do medo do outro nos abandonar ou ser maior que nós na relação.
Relacionar-se com pessoas que reconhecem e expressam as próprias potencialidades alimenta alguns pontos de insegurança em nós, mas também de encantamento e admiração, a isso chamamos paixão.
Assim, esse poder nosso ou que enxergamos no outro não é sinônimo de segurança e independência. O poder tem a ver com o que se fantasia sobre nossa parceria.
É essa imprevisibilidade sobre o que o outro é ou pode ser que nos embriaga, nos fazendo sentir vivos e vulneráveis ao mesmo tempo. A busca pelo desconhecido, a curiosidade em descobrir mais sobre o outro e a possibilidade de uma conexão mais profunda são os elementos que realmente instigam a relação.
Quando estamos apaixonados, nos permitimos sonhar e imaginar cenários que nos levam a um estado de euforia e encantamento. Além disso, a paixão é marcada por um elemento essencial: o desejo de ser visto e desejado por quem se deseja. Esse é um elemento marcante para que nos sintamos atraentes.
Portanto, cultivarmos autocuidado e autoconfiança não só nos torna mais sedutores e interessantes aos olhos do outro; também alimenta a crença de nos relacionarmos com pessoas a altura do nosso autoinvestimento.
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