Autenticidade

Nossa autenticidade, muitas vezes, é colocada à prova nas relações que construímos. Em alguns momentos, ela se torna quase uma moeda de troca: negociamos partes de quem somos para garantir os benefícios afetivos, sociais ou materiais que determinados vínculos oferecem.  

Algumas pessoas possuem mais habilidade diplomática, sabem onde jogar luz sobre aspectos da própria de si e conseguem se esquivar de certas vigilâncias. Elas se adaptam para manter relações sem grandes atritos, equilibrando-se entre preservar sua estrutura e evitar confrontos. Essa camuflagem pode ser útil, mas devemos construir laços abrindo mão de nós mesmo?  

Há quem priorize ser autêntico a todo custo. Essas pessoas escolhem romper laços que invadem sua intimidade ou se lançam em conflitos para defender quem realmente são. Esse posicionamento, por vezes, implica abrir mão de algumas relações, mas permite manter a integridade emocional e evitar o desgaste de viver tentando agradar.  

Nenhum desses extremos é totalmente sustentável. Não podemos passar a vida apagando quem somos para caber nas expectativas dos outros, nem podemos nos isolar completamente para evitar o desafio das relações. Tampouco é saudável viver em guerra constante, exigindo que o outro se transforme para atender nossas vontades.

O amadurecimento nos ensina a encontrar um meio-termo: sermos autênticos sem desfazer vinculos essenciais e estabelecermos limites sem nos fecharmos para as conexões. Com o tempo, aprendemos que manter relações não deve significar abrir mão de nós mesmos, mas sim encontrar espaços onde nossa verdade possa coexistir com respeito e equilíbrio.

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