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Como lidamos com o prazer?




Quando nos propomos a pensar sexualidade, não estamos pensando propriamente em interação sexual ou com os órgãos genitais. Quando dizemos de sexualidade na Psicologia, em geral, estamos falando sobre o nosso processo de lidar com a satisfação, o prazer em todos os sentidos e fazer negociações entre ele e as expectativas que se tem sobre nós. Todos nós temos sexualidade, inclusive as crianças. Nós tentamos protegê-las de quaisquer temáticas que possam associar os dois conteúdos, mas brincar, abraçar, tocar que é fundamental para que entendamos o que é prazer. Suspender essas interações na criança é interromper seu processo de construção do que é satisfação e sua negociação com o mundo. A criança deve ser cuidada, supervisionada, contudo criar terror sobre o toque na criança, por exemplo: “não se sente dessa maneira!”, “tire a mão daí que é sujo”, “chega de abraço e beijo”, “você é muito grudenta”, só fará com que ela se sinta insegura em relação a falar da própria intimidade e processos associados a isso. Por isso é importante que a criança seja respeitada ao ser tocada mesmo por médicos, pais, professores que devem pedir licença e explicar o que está sendo feito, seja vestir uma roupa, seja aferir a temperatura, ou dar banho. Isso marca para a criança que não é qualquer pessoa ou de qualquer forma que se faz a aproximação do seu corpo. Outro ponto é conversar, à medida em que a criança traz perguntas, dúvidas relacionadas à sexualidade, claro, em uma linguagem adaptada para a criança, mas estabelecendo um diálogo leve, gentil e sem constrangimentos. É também papel da família e da escola oferecer discussões sobre educação sexual a fim de auxiliarmos a criança na construção de uma relação saudável e amorosa com o próprio corpo e o prazer. A censura de diálogos sobre sexualidade com a criança impacta diretamente a realidade de adultos - pessoas tenderão a ter dificuldades em relação à lidar com o prazer nas mais diversas esferas porque não terão lidado com essa experimentação inicial. Esse aprendizado vai nos ensinar que ter satisfação é importante, mas que existem inúmeras formas de satisfação e que é preciso negociá-la com as demandas no mundo. Trabalhar a sexualidade com crianças é aprender a lidar com o conforto/desconforto sobre o próprio corpo, lidar com o entendimento sobre pontos de satisfação (onde é bom tocar, acariciar e quando e como é possível...), como construir autoestima e criar uma autoimagem positiva de si frente às pessoas, a posicionar-se frente a pressão de atender a padrões estéticos, a lidar com o não e de dizer não dentro das relações.


#ParaTodosVerem: Na imagem um adulto segura a mão de uma criança em um pôr do sol.



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