Linguagem do amor.
Gary Chapman é um antropólogo estadunidense que escreveu o best seller, chamado “As Cinco Linguagens do Amor”. Nesse livro ele traduz em cinco categorias as formas que as pessoas têm de comunicar e perceber amor dentro das relações: tempo de qualidade; palavras de afirmação; toque físico; presentes; e atos de serviços.
Um ganho significativo dessa escrita é a forma como ele argumenta que temos formas diferentes de reconhecer e comunicar amor. Assim, essas maneiras não são necessariamente melhores ou piores de se comunicar, mas diferentes.
Se eu entendo que só a minha forma de comunicar e reconhecer amor é a certa, ignoro que o outro tem uma história própria, uma linguagem própria e um modo particular de fazer o amor acontecer.
Quando eu reconheço qual é a minha linguagem e eu entendo qual é a linguagem da minha parceria, eu me sinto mais hábil, não só para ler a forma como o outro comunica afeto para mim, como também para experimentar outros caminhos para comunicar afeto.
Não defendo aqui que as pessoas devam abrir mão das próprias linguagens ao entrar em relações, mas trago uma provocação sobre modos da gente experimentar essa aproximação da linguagem do outro.
Sem hierarquizar modos de reconhecer e direcionar afeto, ao conhecer a nossa linguagem e a linguagem do outro, podemos ampliar nosso repertório, como se a gente aprendesse outras línguas (e tudo bem você gostar mais ou menos de uma língua).
Fato é que nesse exercício é possível desenvolver habilidades diferentes de amar e compreender que não necessariamente estamos reféns ou dominamos apenas uma delas.
Sobre as linguagens... Tempo de qualidade é o tempo direcionado para passar com o outro, aproveitando, estando em estado de atenção, ouvindo, fazendo daquele momento junto o tempo que vale a pena estar.
As palavras de afirmação são palavras que incentivam e marcam o afeto que a gente tem pelo outro.
Os presentes são formas da gente presentear o outro, e isso pode estar posto de maneiras mais encaixotadas, com lacinho ou não. O importante é materializar a canalização de afeto.
O toque físico, em geral, é como a gente mais costuma ler o amor, seja por beijos, abraços, cafuné... Muita gente gosta, mas não necessariamente essa é a linguagem primária de todas.
Os serviços são a maneira que a gente tem de exercer cuidado com o outro a partir de tornar o dia-a-dia mais funcional: seja pagando uma conta, ou preparando um jantar, ou antecipando uma uma pesquisa sobre lugares que vocês querem viajar.
É bem possível que a gente exerça outras maneiras de amar... Essas podem estar mais ou menos aproximadas aqui e ali dentro dessas categorias, contudo, lembre, não são hierarquizáveis, são maneiras diferentes da gente nomear.
Por fim, quando a gente pensa a nossa linguagem e na linguagem do outro temos oportunidade de ampliar o nosso repertório e todo mundo sai ganhando.
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