O que se esconde por trás da produtividade?
- Walter Miez
- há 20 horas
- 1 min de leitura

Produzir. Esse velho imperativo tem ecoado com ainda mais força nos últimos tempos. “Transforme o ócio em produtividade.” “Faça da crise uma oportunidade.” “Não perca a chance de mudar de vida.” Esses discursos se multiplicam em reportagens, lives motivacionais e anúncios entre vídeos e redes sociais. Mas, em meio a tantos “convites”, surge uma pergunta necessária: há espaço para você nisso tudo?
Cursos, palestras, desafios, metas... Mas quanto de você, de verdade, está presente nessas escolhas?
Será que dá para escapar do combo “atividade física em casa + curso EAD + mude de vida clicando aqui” e, de fato, escutar o que se passa dentro de nós?
Em meio ao bombardeio de informações e mudanças constantes, muitas vezes nos afastamos do essencial: da escuta sensível, da conexão com nossos desejos, do respeito ao nosso tempo. Entre uma série assistida sem atenção e uma palestra genérica de autoajuda, onde está nosso autocuidado?
É preciso lembrar que nem tudo precisa virar produtividade. Há também valor em simplesmente sentir, refletir, parar. Cultivar um tempo próprio, em que nossos projetos de vida se alinhem com o que faz sentido para nós, não para o algoritmo, nem para o senso comum.
Seja pensando no agora ou em planos mais distantes, que nossas escolhas estejam ligadas ao bem-estar, ao cuidado consigo e à construção de sentido. Que possamos manter viva nossa inventividade, nossa autonomia e, acima de tudo, nosso direito de escolher: começar, continuar ou parar. Porque mais importante do que produzir é pertencer a si.
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