O tempo é agora
- Walter Miez
- há 6 horas
- 2 min de leitura

Muitas vezes, nos pegamos dizendo “no futuro terei tempo de viver isso”. Adiamos sonhos, vontades, encontros, como se a vida tivesse um botão de pausa que nos aguardasse. Outras vezes, somos tomados por uma sensação oposta e dolorosa: “o meu tempo de viver isso já passou”. Como se aquilo que não fizemos na hora “certa” tivesse se tornado inalcançável.
Certamente nossos interesses mudam com passar do tempo e o que gostávamos antes podemos nos desinteressar, o que não significa que "perdemos o pique". Contudo, é importante que tenhamos interesses para buscar, sejam novos ou não.
Entre o futuro idealizado e o passado irrecuperável, esquecemos do presente, único tempo real em que a vida acontece.
O futuro é sempre uma promessa. Ele pode chegar diferente do que imaginamos ou, em alguns casos, nem chegar. Já o passado é feito de escolhas que não voltam, mas que ainda assim nos ensinam. Carregar arrependimentos ou viver de projeções pode nos roubar a única chance de fato possível: o agora.
É claro que nem tudo pode ser vivido imediatamente. Existem limites concretos: tempo, dinheiro, saúde, contexto. Mas há também muitos adiamentos que são frutos do medo, da insegurança, da rigidez. Esperamos o momento “perfeito” que talvez nunca chegue, e depois lamentamos por não termos tentado antes.
A verdade é que nunca é cedo demais para começar e, quase sempre, também não é tarde demais para recomeçar. A vida não segue um roteiro fixo. Há caminhos novos que surgem mesmo depois de portas fechadas. Há encontros inesperados, alegrias tardias, redescobertas possíveis.
Viver é um risco, mas também é uma chance. E essa chance mora no presente.
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