Sorteio de decisões
- Walter Miez
- há 53 minutos
- 1 min de leitura

Eu tenho o hábito de fazer sorteios para decisões que acho difíceis de tomar. Mas não se engane: não é um ato de entregar ao acaso a responsabilidade das minhas escolhas. Pelo contrário, é uma estratégia para revelar a verdade que, muitas vezes, já está dentro de mim, mas que insisto em ignorar.
Quando lanço a moeda, escolho um papel ou rolo os dados, o instante que se segue é revelador. Se o resultado não me agrada, sinto um incômodo imediato, quase como uma resistência interna acenando que aquilo não é o que quero. Já quando a sorte me entrega a resposta que, no fundo, desejo, sou tomado por uma onda de coragem, como se estivesse esperando uma permissão para seguir adiante.
Isso me faz perceber que, muitas vezes, a dúvida não está na escolha em si, mas no medo das consequências. O sorteio funciona como um espelho, refletindo minhas reais inclinações e me ajudando a enxergar o que, de outra forma, talvez eu tentasse racionalizar demais.
No fim das contas, não é a sorte que decide por mim. Sou eu. O sorteio é apenas um truque para driblar minhas hesitações e acessar aquela voz interna que já sabe qual caminho quero seguir. E, quando essa clareza chega, tudo fica mais simples.
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