Terceirizar responsabilidades
- Walter Miez
- há 3 horas
- 1 min de leitura

Em muitos momentos, a insegurança, o medo de errar ou o desejo de validar nossas escolhas nos levam a tentar dividir com o outro o que pensamos, sentimos ou fazemos. No entanto, embora possamos compartilhar ideias, ouvir orientações e até encontrar apoio, nunca poderemos terceirizar as consequências das nossas opiniões ou decisões.
Cada escolha que fazemos é, no fim das contas, uma assinatura que carregamos. As consequências, sejam boas ou ruins, são nossas para enfrentar, aprender e transformar. Ninguém, além de nós, vive as alegrias ou os pesos que nossas decisões trazem. E isso não é apenas um fardo, é também um poder. O poder de construir uma vida mais alinhada com quem realmente somos, sem colocar o rumo da nossa história nas mãos de outra pessoa.
Buscar orientação ou um espelhamento nas relações é natural e, muitas vezes, saudável. Mas há uma linha tênue entre aconselhar-se e abdicar da própria autonomia. Quando deixamos que o outro dite nossos passos ou quando condicionamos nossa paz à aprovação externa, abrimos mão da liberdade de desenhar nosso caminho.
Portanto, antes de esperar que alguém endosse nossas opiniões ou escolha por nós um caminho, é importante lembrar: responsabilidade não se transfere. E a maturidade consiste justamente em reconhecer isso, aceitando tanto a liberdade de decidir quanto a responsabilidade de sustentar as escolhas feitas.
Comentários