A importância de errar

Na construção da autoestima, é comum associarmos seu fortalecimento à confiança nas nossas capacidades, especialmente em relação ao cumprimento de tarefas, metas e comportamentos considerados positivos. De fato, reconhecer e valorizar nossas conquistas é fundamental para uma autoimagem saudável. No entanto, tão importante quanto confiar na própria habilidade de realizar ações bem-sucedidas é desenvolver a capacidade de manejar os aspectos negativos da experiência humana.

Erros, falhas e tropeços fazem parte do processo de viver e aprender. Ter autoestima não significa ser infalível, mas sim reconhecer que somos capazes de lidar com os efeitos das nossas escolhas, inclusive quando elas não produzem os resultados esperados. A autoestima sólida nos permite recondicionar o significado de nossos erros: ao invés de enxergá-los como fracassos definitivos, passamos a vê-los como oportunidades de crescimento e aprendizado.

Esse recondicionamento é essencial porque evita que fiquemos paralisados pela culpa ou pelo medo de errar. Ele nos encoraja a assumir a responsabilidade por nossos atos sem nos destruir emocionalmente por isso. Assim, cultivar autoestima envolve também confiar na própria resiliência, na capacidade de reparar danos, pedir desculpas, refazer caminhos e, principalmente, seguir em frente com dignidade.

A construção da autoestima não se dá apenas no acerto, mas também na forma como acolhemos nossas imperfeições. É nesse equilíbrio entre reconhecer o próprio valor e aceitar a própria humanidade que encontramos a força para continuar nos desenvolvendo, com mais compaixão e autenticidade.

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