Como a violência de gênero atinge os homens?
- Walter Miez
- 19 de fev.
- 2 min de leitura

A violência de gênero é frequentemente associada às mulheres, que historicamente sofrem com desigualdade, opressão e exclusão. No entanto, os homens também são impactados por essa construção violenta, ainda que de uma maneira diferente. O machismo, ao estabelecer um modelo rígido de masculinidade, impõe padrões que limitam a expressão emocional, a liberdade individual e prejudicam a saúde mental dos homens.
Desde cedo, muitos são ensinados que não podem chorar, não devem demonstrar fragilidade e precisam ser provedores a qualquer custo. A ideia de que um homem deve ser sempre forte e dominante cria uma pressão constante, levando muitos a reprimirem sentimentos e a se distanciarem de sua própria vulnerabilidade. Como resultado, vemos altos índices de depressão, ansiedade e até suicídio entre homens, justamente pela dificuldade em expressar sofrimento e buscar ajuda.
Além disso, a necessidade de manter o lugar de poder pode levar a comportamentos autodestrutivos, como a competitividade extrema, a agressividade e o isolamento emocional. Muitos homens crescem sem desenvolver habilidades para lidar com frustrações de forma saudável, tornando-se enrijecidos, engasgados sentimentalmente e incapazes de construir relações mais empáticas e afetuosas.
A Psicologia tem um papel fundamental nesse processo, propondo a desconstrução desses padrões rígidos de gênero e incentivando formas mais fluidas e saudáveis de ser homem. Questionar essa masculinidade imposta não significa abrir mão da identidade masculina, mas sim permitir que homens possam existir de maneira mais livre, emocionalmente conectada e menos violenta consigo mesmos e com os outros.
Repensar a masculinidade é um passo essencial para uma sociedade mais equânime e para que os homens se desaprisionem de expectativas irreais que lhes são impostas.
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