O que podemos aprender com a infância?
- Walter Miez
- 5 de jul.
- 2 min de leitura

A infância, a juventude, a vida adulta e o envelhecimento compõem o ciclo do desenvolvimento humano, uma jornada repleta de experiências, aprendizados e transformações. Cada fase nos oferece ensinamentos únicos, nos convidando a compreender a vida sob diferentes perspectivas. Ainda que cada pessoa tenha sua trajetória particular, esse percurso é universal e nos atravessa com suas belezas, desafios e descobertas.
A infância, em especial, é marcada por uma energia vital que se expressa na curiosidade, na espontaneidade e no encantamento pelas pequenas coisas. A criança vive o presente com intensidade, sem medo de errar ou de parecer “boba”. Ela se interessa pelo banal, inventa histórias, dança sem música e sorri com os olhos. Observa o mundo com genuína admiração, sem as pressões do tempo, da produtividade ou da performance. À sua maneira, ela também nos observa — adultos apressados, cheios de preocupações, muitas vezes distantes da simplicidade que um dia nos habitou.
Com a proximidade do Dia das Crianças, as redes sociais se enchem de fotos antigas, memórias da infância e planos para o feriado. Mas que tal irmos além da lembrança e fazermos um convite real à vivência? Que tal tomar sorvete antes do almoço? Dormir com a luz do abajur acesa? Chorar sem vergonha quando o peito aperta? Permitir-se ser criança, mesmo na fase adulta, é reencontrar a leveza, a doçura e a liberdade de simplesmente ser. É lembrar que a alegria pode morar no pequeno, no gesto simples, no instante presente.
Ser adulto não precisa significar abandonar a criança que fomos. Assim como a borboleta só voa porque um dia foi lagarta, nós também somos feitos de todas as fases que vivemos. Honrar essa criança que ainda nos habita é respeitar nossa própria história. O presente carrega o passado, e lembrar de quem fomos é essencial para acolher quem somos e vislumbrar quem desejamos ser.
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