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Corpo e consumo

O corpo humano, ao longo da história, sempre foi um espelho da cultura e das dinâmicas sociais. Ele se tornou um alvo central da pressão estética, uma imposição de padrões de beleza que moldam não apenas nossa aparência, mas também nossa relação com nós mesmos e com o mundo. Esses padrões, amplamente difundidos pela mídia e pelas redes sociais, são alimentados por uma lógica de consumo e sustentados pelo mercado capitalista.


A pressão estética cria uma obsessão pela busca de corpos "perfeitos", que são, muitas vezes, inatingíveis para a maioria das pessoas. Essa busca, além de afetar profundamente a autoestima, gera lucros astronômicos para indústrias que se beneficiam com a insatisfação pessoal. O mercado oferece uma infinidade de produtos e serviços — de cosméticos a procedimentos estéticos, de academias a dietas milagrosas —, todos prometendo uma transformação que, em última análise, nunca é suficiente. A lógica é simples: um corpo perfeito não é alcançado, é constantemente perseguido.


Essa dinâmica é amplamente sustentada pela cultura. Desde a infância, somos bombardeados por imagens e narrativas que vinculam a felicidade e o sucesso a um ideal físico. A mídia reforça estereótipos que excluem corpos diversos, enquanto o mercado capitalista explora essa exclusão para criar necessidades artificiais. O resultado é uma sociedade que prioriza aparências em detrimento de saúde, autenticidade e bem-estar.


Mas é importante refletir: a beleza é, acima de tudo, uma construção social. O que é considerado bonito muda ao longo do tempo e entre culturas. Portanto, questionar os padrões impostos é um ato de resistência. Reconhecer o valor da diversidade corporal e desconstruir a ideia de que só há uma forma de ser belo é essencial para recuperar a autonomia sobre nossos corpos e nossas vidas.


Esse movimento também implica repensar nossa relação com o consumo. Afinal, quanto do que buscamos está realmente alinhado com nossos valores, e quanto é fruto de uma imposição cultural? No fim, libertar-se da pressão estética é mais do que uma questão individual; é um passo em direção a uma sociedade mais justa, que celebre a pluralidade e valorize as pessoas pelo que são, e não pelo que aparentam ser.





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