Lugar de pertença
- Walter Miez
- 21 de mar.
- 1 min de leitura

O desejo por estar em um lugar de moradia pode passar pelo pertencimento, pois ele está ligado a conexões subjetivas que justificam nossa vontade de estar ali e promovem autoreconhecimento. Esse sentimento vai além da necessidade prática de um endereço fixo; ele se enraíza na história pessoal, nas lembranças, nos laços afetivos e no significado que atribuímos ao espaço que chamamos de lar.
O pertencimento, por sua vez, não é estático. Ele muda conforme o momento de vida e tende a ser mais estável do que nossa paciência de permanecer em lugares que precisamos estar. Há fases em que estamos exatamente onde queremos, cercados por elementos que nos fazem sentir acolhidos e seguros. Em outros momentos, porém, nos vemos distantes desse lugar ideal, movidos por obrigações profissionais, familiares ou circunstâncias inesperadas.
Essa distância do que chamamos de lar, no entanto, não significa ausência de bem-estar. Mesmo quando não estamos onde nos sentimos pertencidos, podemos encontrar refúgio em experiências agradáveis, visitar lugares que nos trazem conforto e acessar formas de entretenimento que reafirmam nossa identidade. Isso nos permite ressignificar a jornada, tornando-a mais leve até o momento em que possamos buscar novamente nosso verdadeiro lugar de pertencimento.
O mais importante é reconhecer que esse sentimento não precisa ser definitivo. Podemos pertencer a diferentes lugares ao longo da vida, criando novas raízes e descobrindo novas formas de nos sentir em casa. Afinal, pertencimento não é apenas sobre geografia, mas sobre conexão, significado e a sensação de estar onde realmente faz sentido para nós.
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