O que é solitude?
- Walter Miez
- há 5 horas
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Muitas vezes, associamos o estar só a sentimentos de tristeza, abandono ou rejeição. É comum pensarmos que a solidão é sempre sinônimo de infelicidade. No entanto, basta uma pausa mais atenta para percebermos que essa relação não é tão simples assim. Quantas vezes estivemos cercados de pessoas e, ainda assim, nos sentimos desconectados, distantes, como se estivéssemos sozinhos dentro da presença do outro?
A presença física não garante conexão afetiva. Laços verdadeiros envolvem mais do que proximidade: pedem presença, escuta e acolhimento mútuo.
Por outro lado, existe um estar só que não dói — ao contrário, acolhe. A esse estado damos o nome de solitude. Diferente da solidão que pesa, a solitude é um espaço escolhido, desejado. Um tempo em que nos retiramos do excesso para nos aproximar de nós mesmos. É o momento em que o silêncio nos nutre, e não nos oprime.
Estar em solitude é se permitir escutar o próprio ritmo, estar com os próprios pensamentos, mergulhar em atividades que nos trazem prazer e sentido. É um reencontro com nossa própria companhia — que pode ser, muitas vezes, a mais sábia e cuidadosa que temos.
Esse estado não é ausência de afeto, mas uma forma profunda de cuidado consigo. Ao nos conhecermos melhor, aprendemos a reconhecer o que nos faz bem, a respeitar nossos limites e a valorizar o que há de potente em estar com a gente mesmo.
Solitude é, antes de tudo, um gesto de amor próprio. Um espaço de reconexão, onde podemos respirar com leveza, escutar com verdade e florescer com presença.
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