Protagonismo

Ser protagonista da própria história é assumir a responsabilidade de construir a narrativa da nossa vida. É entender que, embora outros possam nos inspirar ou nos influenciar, a direção do caminho é decidida por nós. Não precisamos estar à deriva, esperando que alguém nos resgate ou nos dê um sentido para existir. A bússola está em nossas mãos, e é por meio das nossas escolhas e ações que nos localizamos no mundo.

Muitas vezes, atribuímos ao outro o papel de nos orientar ou de nos revelar quem somos. Um amigo, uma parceria romântica, ou até mesmo um trabalho pode nos fazer sentir ancorados temporariamente, mas o protagonismo não pode ser delegado. Somos nós que escolhemos estar sozinhos, aceitar convites ou nos afastar de situações que não nos agregam. Esse é o poder de decisão que nos define como autores da nossa trajetória.

Quando conhecemos o que nos move, o que nos dá sentido e nos ancora, criamos os nossos próprios pontos de referência. Esses "geolocalizadores" internos nos ajudam a encontrar um lugar no mundo, independente do cenário em que estejamos e não determinados pelas pessoas com quem nos relacionamos.

No meu caso, padarias, longas caminhadas pela cidade e ouvir música me conectam comigo mesmo onde quer que eu esteja. Esses elementos simples e, ao mesmo tempo, profundos dizem muito sobre quem eu sou. Onde quer que eu esteja, esses hábitos me dão aconchego, me ajudam a me situar e dão significado à minha existência.

Assim, ser protagonista é mais do que tomar decisões; é encontrar e cultivar aquilo que nos define. É criar uma geografia emocional que nos permite estar em casa em qualquer lugar, porque o lar verdadeiro está dentro de nós.

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